"(...) Nas noites mais quentes desse Verão, quando o calor não o deixava dormir, o rapaz descia, silencioso, pela janela do quarto e ia até ao ribeiro. Então, atirava umas pedrinhas para dentro de água, que era o sinal combinado para chamar o seu amigo. E o peixe, que dormia no seu buraco, feito com pedras e ramos de árvores arrastados pela corrente, acordava com o som das pedras a cair dentro de água e vinha ter com o rapaz à margem. E aí ficavam a conversar muito tempo, o rapaz contando o que se passava na escola e em casa, e o peixe contando tudo o que acontecia debaixo de água, dentro do rio.(...)"
escrito por Miguel Sousa Tavares
com ilustrações de Fernanda Fragateiro
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