Avançar para o conteúdo principal

Mar Sonoro




Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.




poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
pintura "Northeaster" de Winslow Homer

Comentários

Marilac disse…
Olá Ana Isabel,
Cheguei aqui por indicação da Carol ( Casa de Palavras) e seu blog é lindo, repleto de poesia, lindas ilustrações e percebo que vc seleciona tudo com muito cuidado e sensibilidade!

bjs

Marilac

obs: lindo esse poema de Alberto Caeeiro sobre o voo das borboletas, lindo nome escolhidopara o blog.
Marilac disse…
complementando,
Adoro as poesias de Sophia de Mello,e gosto de forma especial desse poema...

E a pintura combinou perfeitamente com o poema.
.

Mensagens populares deste blogue

A arca de Noé

Sete em cores, de repente O arco-íris se desata Na água límpida e contente Do ribeirinho da mata. O sol, ao véu transparente Da chuva de ouro e de prata Resplandece resplendente No céu, no chão, na cascata. E abre-se a porta da Arca De par em par: surgem francas A alegria e as barbas brancas Do prudente patriarca Noé, o inventor da uva E que, por justo e temente Jeová, clementemente Salvou da praga da chuva. Tão verde se alteia a serra Pelas planuras vizinhas Que diz Noé: "Boa terra Para plantar minhas vinhas!" E sai levando a família A ver; enquanto, em bonança Colorida maravilha Brilha o arco da aliança. Ora vai, na porta aberta De repente, vacilante Surge lenta, longa e incerta Uma tromba de elefante. E logo após, no buraco De uma janela, aparece Uma cara de macaco Que espia e desaparece. Enquanto, entre as altas vigas Das janelinhas do sótão Duas girafas amigas De fora as cabeças botam. Grita uma arara, e se escuta De dentro um miado e um zurro Late um cachorro em disputa...

Hai-Kai de Outono

Uma borboleta amarela? ou uma folha seca Que se desprendeu e não quis pousar? Mário Quintana

Rapariga descalça

Chove. Uma rapariga desce a rua. Os seus pés descalços são formosos. São formosos e leves: o corpo alto parte dali, e nunca se desprende. A chuva em Abril tem o sabor do sol: cada gota recente canta na folhagem, O dia é um jogo inocente de luzes, de crianças ou beijos, de fragatas. Uma gaivota passa nos meus olhos. E a rapariga - os seus formosos pés - canta, corre, voa, é brisa, ao ver o mar tão próximo e tão branco. poema de Eugénio de Andrade ilustração de Janice Fried