Tenho uma coisa para te entregar, uma pedra a pôr no chão da rua, uma lunar presença sob o sol. Tenho uma coisa para te devolver, para ficar minha sendo tua, aquecida no tempo e nestes olhos. Tenho uma coisa que eu te posso dar que é o vento a vir atrás do verde e a dizer azul no teu cabelo. poema de Pedro Tamen ilustração de Renée Nault
Passa uma borboleta por diante de mim e pela primeira vez no Universo eu reparo que as borboletas não têm cor nem movimento, assim como as flores não têm perfume nem cor. A cor é que tem cor nas asas da borboleta, no movimento da borboleta o movimento é que se move, o perfume é que tem perfume no perfume da flor. A borboleta é apenas borboleta e a flor é apenas flor. Alberto Caeiro