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Mensagens

A mostrar mensagens de 2007

Estrelinha

O voo das borboletas vai sossegar por uns dias... A todos os que têm partilhado este espaço comigo, agradeço a generosidade. Desejo-vos um Bom Natal e Feliz Ano Novo, esperando, acima de tudo, que passem estes próximos dias em boa companhia. Que a vossa estrela brilhe sempre! ...até Janeiro! Kathy Weller

Best wishes for Christmas

I´m thinking of you and wishing you joy

A Merry Christmas!

Voto de Natal

Acenda-se de novo o Presépio do Mundo! Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos! Como quem na corrida entrega o testemunho, passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos. E a corrida que siga, o facho não se apague! Eu aperto no peito uma rosa de cinza. Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade, para sentir no peito a rosa reflorida! Filhos, as vossas mãos. E a solidão estremece, como a casca do ovo ao latejar-lhe vida... Mas a noite infinita enfrenta a vida breve: dentro de mim não sei qual é que se eterniza. Extinga-se o rumor, dissipem-se os fantasmas! Ó calor destas mãos nos meus dedos tão frios! Acende-se de novo o Presépio nas almas. Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos. David Mourão-Ferreira

Wishing you a Happy Christmas

The Christmas morning post

A bright and happy New Year

Hymno de Amor

Andava um dia Em pequenino Nos arredores De Nazareth, Em companhia De San José, O bom-Jesus, O Deus-Menino. Eis senão quando Vê num silvado Andar piando Arrepiado E esvoaçando Um rouxinol, Que uma serpente De olhar de luz Resplandecente Como a do sol, E penetrante Como diamante, Tinha attrahido, Tinha encantado. Jesus, doído Do desgraçado Do passarinho, Sae do caminho, Corre apressado, Quebra o encanto, Foge a serpente, E de repente O pobrezinho, Salvo e contente, Rompe n'um canto Tão requebrado, Ou antes pranto Tão soluçado, Tão repassado De gratidão, De uma alegria, Uma expansão, Uma cadencia, Que commovia O coração! Jesus caminha No seu passeio, E a avesinha Continuando No seu gorgeio Em quanto o via; De vez em quando Lá lhe passava À dianteira E mal poisava, Não afrouxava Nem repetia, Que redobrava De melodia! Assim foi indo E foi seguindo De tal maneira, Que noite e dia N'uma palmeira, Que havia perto D'onde morava Nosso Senhor Em pequenino, (Era já certo) Ella lá esta

Study in green

Ruud Van Empel

Natal Africano

Não há pinheiros nem há neve, Nada do que é convencional, Nada daquilo que se escreve Ou que se diz... Mas é Natal. Que ar abafado! A chuva banha A terra, morna e vertical. Plantas da flora mais estranha, Aves da fauna tropical. Nem luz, nem cores, nem lembranças Da hora única e imortal. Somente o riso das crianças Que em toda a parte é sempre igual. Não há pastores nem ovelhas, Nada do que é tradicional. As orações, porém, são velhas E a noite é Noite de Natal. João Cabral do Nascimento

Merry be your, Christmas Day

A Merry Christmas

Christmas Greetings

Numa tarde de Dezembro

Numa tarde de Dezembro muito fria, enevoada no meio duma cidade barulhenta e apressada pouca gente reparou o que estava a suceder num pinheiro muito alto. Era um soberbo pinheiro mais velho que os altos prédios ruas, praças e avenidas mais velho que toda a gente que ali passava apressada a correr para o autocarro para o buraco do metro para as linhas do comboio para as luzes do hipermercado. Na sua copa imensa feita de mil abraços abrigo de muitos mendigos encosto de muitos velhos cama de muitos pássaros sombra de namorados uma pomba encarnada que ali estava aninhada pôs-se a arrulhar de mansinho. Nessa tarde de Dezembro pouca gente reparou que um pombo aflito sobre o pinheiro voou e deu um beijo na pomba que arrulhava de mansinho olhando embevecida o seu filho pequenino: um pequeno coração batemdo muito apressado dentro de um pequeno ninho. poema de António Mota ilustração de Kim Malek

Wishing you a merry time this Christmas

Diz que até não é um mau blog

Muito obrigada Carlos pelo seu reconhecimento, e pelas suas palavras. Remeto o restante texto e nomeações para O Hálito Azul da Tarde .

At the sea

Irisz Agocs

Mar Português | IV. O Mostrengo

O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; À roda da nau voou três vezes, Voou três vezes a chiar, E disse: "Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?" E o homem do leme disse, tremendo, "El-Rei D. João Segundo!" "De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?" Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso, "Quem vem poder o que só eu posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?" E o homem do leme tremeu, e disse, "El-Rei D. João Segundo!" Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as repreendeu, E disse no fim de tremer três vezes, "Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!" Fernan

Mar Sonoro

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim. A tua beleza aumenta quando estamos sós E tão fundo intimamente a tua voz Segue o mais secreto bailar do meu sonho. Que momentos há em que eu suponho Seres um milagre criado só para mim. poema de Sophia de Mello Breyner Andresen pintura "Northeaster" de Winslow Homer

Sopro de estrelas | 2

:) Karina Bertoncini

O Universo

O universo não é uma idéia minha. A minha idéia do Universo é que é uma idéia minha. A noite não anoitece pelos meus olhos, A minha idéia da noite é que anoitece por meus olhos. Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos A noite anoitece concretamente E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso. Poema de Albeto Caeiro Ilustração de Kathleen Kemly

Bird

Philippe Béha

Batem-me na face as asas daquele pássaro

Batem-me na face as asas daquele pássaro que agora mesmo levantou voo por detrás daquela onda. Batem-me na face azul do mar e salpicam-me os olhos de maresia, de marés salgadas invisíveis. As asas mornas e macias daquele pássaro, encostam-se a mim como um almofada cheia de espuma de ondas antigas. Levantou voo o pássaro saído das águas grandes, e como um anjo de asas enormes tocou-me a alma, encheu-a de vida. Ana Isabel

Sopro de estrelas | 1

Smile Manuel Librodo

Uovo

Nicoletta Ceccoli

Treegirl

Nicoletta Ceccoli

Crows

Nicoletta Ceccoli

Como pintar um pássaro

Pinte primeiro uma gaiola com a porta aberta. Em seguida pinte alguma coisa graciosa, alguma coisa simples, alguma coisa bonita, alguma coisa útil... ao pássaro. Depois, coloque a tela contra uma árvore no jardim, no bosque ou na floresta e esconda-se atrás da árvore sem dizer nada, sem se mexer. Às vezes o pássaro chega logo, mas pode levar muitos, muitos anos até se resolver. Não desanime, espere. Espere, se preciso, durante anos. A velocidade ou a lentidão da chegada do pássaro, não tem a menor relação com a qualidade da pintura. Quando ele chegar (se chegar) mantenha o mais profundo silêncio, espere que ele entre na gaiola. Depois que entrar, feche lentamente a porta com o pincel. Aí então apague uma por uma todas as varetas. (Cuidado para não esbarrar em nenhuma pena do pássaro.) Finalmente pinte a árvore, reservando o mais belo de seus ramos ao pássaro. Pinte também a verde folhagem e a doçura do vento, a poeira do sol, o rumorejo dos bichinhos da relva no calor da estação. Depoi

Storyteller

Janice Fried

Poemas

Entrei numa loja para te comprar um ramo de poemas, só tinham flores, disseram-me, mas eu não entendi a resposta, repeti que queria um ramo de poemas, voltaram a explicar-me que ali só vendiam flores, sugeriram-me vários tipos de flores, disseram-me os nomes, como sabes sou péssimo com os nomes das flores, apenas tenho memória para poemas, esforcei-me por fazer compreender esta minha particularidade, ninguém me entendia, à força de não me quererem vender poemas, impingiam-me flores, que cheiravam melhor, eram mais vivas, que as mulheres gostavam mais de flores, flores que eu não quero, definitivamente não quero, pois tenho-te a ti, ninguém dá flores às flores, o que eu quero mesmo é um ramo de poemas. Henrique Fialho do blog Insónia

O meu caderno de folhas

Tenho folhas lanceoladas, lobadas, lineares, redondas, sagitadas, elípticas, ovalares, pilosas ou ciliadas, filiformes, triangulares, inteiriças, espatuladas, em forma de coração. E folhas A4 e A5, lisas ou quadriculadas. Mas estas não são para aqui chamadas. - Ou serão? poema de Jorge Sousa Braga ilustração "Reading again" de Irisz Agocs

A alfazema

- Fecha os olhos bem fechados, e diz-me a que é que cheira. Cheira a rosa, cheira a nardo, ou a flor de laranjeira? - Nem a rosa, nem a nardo, nem a cravos, nem a cravinas me cheira este poema. O que me chega às narinas é o cheiro da alfazema! Jorge Sousa Braga

Dia Mundial da Música

Camptown Races Julie Blackmon

Romeu e Julieta

Octavia Monaco

Como se de repente ao coração do Sol

Como se de repente ao coração do Sol as raízes da luz alguém as arrancasse... Como se de repente as hélices do vento arranhassem o ar, e o mar estivesse perto... Como se de repente o Mundo entontecesse... Foi tudo de repente e tudo ao mesmo tempo: escuridão, rumor, frescura, movimento. Mas de entre as espirais confusas quem sabia se era de novo amor, se era só melodia? David Mourão-Ferreira

the wanderer

Loretta Lux

the fish

Loretta Lux

the rose garden

Loretta Lux

at the window

Loretta Lux

Dorme enquanto eu velo...

Dorme enquanto eu velo... Deixa-me sonhar... Nada em mim é risonho. Quero-te para sonho, Não para te amar. A tua carne calma É fria em meu querer. Os meus desejos são cansaços. Nem quero ter nos braços Meu sonho do teu ser. Dorme, dorme, dorme, Vaga em teu sorrir... Sonho-te tão atento Que o sonho é encantamento E eu sonho sem sentir. poema de Fernando Pessoa ilustração "Sonho" de Maria Elina

Bela sopa

Bela sopa, quente, reconfortante Na terrina fumegante, Quem se recusa a provar A bela sopa do jantar? A bela sopa… do jantar A be…la… Sopa do jan…tar. Peixe. Carne. Sobremesa. Não há nada sobre a mesa Que se possa comparar À bela sopa do jantar. Quem quer peixe? Carne? Caça? Quanto mais vale tomar A bela… sopa… do jan…tar Be…la So…pa do jan…tar. poema de Lewis Carroll tradução de Ernesto Sampaio retirado do Insónia ilustração de Tiago Mestre

A rosa de Granada

O vento traz nos cabelos uma rosa de Granada, que é a flor mais bela para a minha namorada. E vem dos canaviais um sussurro de inveja de uma pétala esmagada por um caroço de cereja. Mas a rosa de Granada, feliz, não dá por nada e fica tão encarnada como a boca que a beija. poema de Luís Infante pintura "Meditative Rose" de Salvador Dali

do livro...

"(...) Todas as tardes, Nam e eu subimos o caminho que nos conduz a casa. Ela conta-me o seu dia. E canta. E salta ao pé-coxinho. O seu riso ziguezagueia na noite que cai suavemente. É assim a nossa vida. Todos os dias. Mudam apenas a cor dos arrozais e o perfume das caixas de chá.(...)" escrito por Clotilde Bernos com ilustrações de Nathalie Novi

O carrocel

Rodando no carrocel subo e desço uma montanha. No meu cavalo de pau, A galope, quem me apanha? À volta, à volta, entre o vento, o riso, a luz, as canções, corro entre duas girafas, seguido por três leões. poema de Luísa Ducla Soares ilustração "Carousel" de Maria Carluccio

ser mar

mas eu só queria que chovesse pra eu me juntar com os pingos e de mãos dadas brincar de ser mar poema de Paulo, do blog Coisas do Chão ilustração "Underwater" de Irisz Agocs
Sun Xiao Li

O cavalo e o sonho

Um cavalo de crina branca entrou-me pelo sonho com um alegre relinchar. Levou-me para uma ilha, que era a quinta maravilha do seu mundo de brincar. Quis-me ensinar a montar, mas eu fui parar ao chão, onde vi uma ferradura com forma de coração. Acordei sobre uma sela com a rédea na mão. Luís Infante

...e nas asas do sono sonhar...

Cindy Revell

Micropoética

Levantam canções no ar os grilos sem terem voz Com as asas é que nós também devemos cantar poema de David Mourão-Ferreira ilustração de Brian Willse

De partida para outras paragens...

Neil Brennan Estou de partida para lugares mais calmos, com luas mais brilhantes... Fiquem bem por cá. Reencontramo-nos em Setembro!

A almofada do luar

Cai uma folha de Outono sobre a toalha de linho e lembra-me a cor do sono quando as aves fazem ninho. É uma folha amarela que empurrada pelo vento vem colar-se à janela sob o tecto do relento. E eu, ao vê-la poisar, adormeço de repente na almofada do luar. poema de Luís Infante ilustração de Irisz Agocs

O menino, a lua e o limão

Um menino chamado João engoliu uma lua pensando que era um limão. Não ficou azedo, mas com o medo nem percebeu que tinha uma luz em segredo a brilhar no coração. poema de Luís Infante ilustração de Irisz Agocs